terça-feira, 7 de agosto de 2012

RECITAL DE POESIAS



 SENHORES PAIS,
O RECITAL DE POESIAS ESTÁ CHEGANDO...
ESCOLHA UMA POESIA BEM BONITA PARA SEU(A) FILHO(A) RECITAR.
COM SUA AJUDA SEU(A) FILHO(A) VAI BRILHAR!


 Segue algumas sugestões:

A arca de Noé
Vinícius de Moraes
Sete em cores, de repente
O arco-íris se desata
Na água límpida e contente
Do ribeirinho da mata.

O sol, ao véu transparente
Da chuva de ouro e de prata
Resplandece resplendente
No céu, no chão, na cascata.

E abre-se a porta da Arca
De par em par: surgem francas
A alegria e as barbas brancas
Do prudente patriarca

Noé, o inventor da uva
E que, por justo e temente
Jeová, clementemente
Salvou da praga da chuva.

Tão verde se alteia a serra
Pelas planuras vizinhas
Que diz Noé: "Boa terra
Para plantar minhas vinhas!"

E sai levando a família
A ver; enquanto, em bonança
Colorida maravilha
Brilha o arco da aliança.

Ora vai, na porta aberta
De repente, vacilante
Surge lenta, longa e incerta
Uma tromba de elefante.

E logo após, no buraco
De uma janela, aparece
Uma cara de macaco
Que espia e desaparece.

Enquanto, entre as altas vigas
Das janelinhas do sótão
Duas girafas amigas
De fora a cabeça botam.

Grita uma arara, e se escuta
De dentro um miado e um zurro
Late um cachorro em disputa
Com um gato, escouceia um burro.

A Arca desconjuntada
Parece que vai ruir
Aos pulos da bicharada
Toda querendo sair.

Vai! Não vai! Quem vai primeiro?
As aves, por mais espertas
Saem voando ligeiro
Pelas janelas abertas.

Enquanto, em grande atropelo
Junto à porta de saída
Lutam os bichos de pelo
Pela terra prometida.

"Os bosques são todos meus!"
Ruge soberbo o leão
"Também sou filho de Deus!"
Um protesta; e o tigre — "Não!"

Afinal, e não sem custo
Em longa fila, aos casais
Uns com raiva, outros com susto
Vão saindo os animais.

Os maiores vêm à frente
Trazendo a cabeça erguida
E os fracos, humildemente
Vêm atrás, como na vida.

Conduzidos por Noé
Ei-los em terra benquista
Que passam, passam até
Onde a vista não avista

Na serra o arco-íris se esvai . . .
E . . . desde que houve essa história
Quando o véu da noite cai
Na terra, e os astros em glória

Enchem o céu de seus caprichos
É doce ouvir na calada
A fala mansa dos bichos
Na terra repovoada.

A aranha
Elias José
Com a aranha
é um tal de tece
e ganha.

Não adianta
desmanchar a trama
pois outra aparece.
Ninguém pode
com a chama
de quem não adormece
feito a aranha.

Não adianta vassoura,
não adianta tesoura,
que a danada
da aranha
luta luta
e ganha.

O seu tear
é um barato.
Não se encontra
de fato
melhor artesanato.

Sem dar bola
pra cozinheira,
rola e enrola
a tecedeira.

A arte de ser feliz
Cecília Meirelles
A arte se ser feliz

Houve um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que
parecia feita de giz.

Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs um pobre homem com um balde, em silêncio,
ia atirando com a mão gotas de água sobre as plantas.
Não era uma regra; era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.

E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água
que caíam de seus dedos magros, e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes
encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que encontro pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Ás vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante
de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só
existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente,
que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

A avó do menino
Cecília Meirelles
A avó
Vive só.
Na casa da avó
O galo liró
Faz “cocorocó”.
A avó bate pão-de-ló
E anda um vento totó
Na cortina de filó.


A avó
Vive só.
Mas se o neto meninó
Mas se o neto Ricardó
Mas se o neto travessó
Vai à casa da avó,
Os dois jogam dominó.



A Bailarina
Cecília Meireles
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá.Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.

A boneca
Olavo Bilac
Deixando a bola e a peteca,
Com que inda há pouco brincavam,
Por causa de uma boneca,
Duas meninas brigavam.

Dizia a primeira: "É minha!"
— "É minha!" a outra gritava;
E nenhuma se continha,
Nem a boneca largava.

Quem mais sofria (coitada!)
Era a boneca. Já tinha
Toda a roupa estraçalhada,
E amarrotada a carinha.

Tanto puxaram por ela,
Que a pobre rasgou-se ao meio,
Perdendo a estopa amarela
Que lhe formava o recheio.

E, ao fim de tanta fadiga,
Voltando à bola e à peteca,
Ambas, por causa da briga,
Ficaram sem a boneca . . .

A borboleta
Olavo Bilac
Trazendo uma borboleta,
Volta Alfredo para casa.
Como é linda! é toda preta,
Com listas douradas na asa.

Tonta, nas mãos de criança,
Batendo as asas, num susto,
Quer fugir, porfia, cansa,
E treme, e respira a custo.

Contente, o menino grita:
É a primeira que apanho,
Mamãe!vê como é bonita!
Que cores e que tamanho!

Como voava no mato!
Vou sem demora pregá-la
Por baixo do meu retrato,
Numa parede da sala.

Mas a mamãe, com carinho,
Lhe diz: Que mal te fazia,
Meu filho, esse animazinho,
Que livre e alegre vivia?

Solta essa pobre coitada!
Larga-lhe as asas, Alfredo!
Vê como treme assustada...
Vê como treme de medo...

Para sem pena espetá-la
Numa parede, menino,
É necessário matá-la:
Queres ser um assassino?

Pensa Alfredo... E, de repente,
Solta a borboleta... E ela
Abre as asas livremente,
E foge pela janela.

Assim, meu filho! perdeste
A borboleta dourada,
Porém na estima crescente
De tua mãe adorada...

Que cada um cumpra a sorte
Das mãos de Deus recebida:
Pois só pode dar a Morte
Aquele que dá a Vida.

A cachorrinha
Vinícius de Moraes
Mas que amor de cachorrinha!
Mas que amor de cachorrina!
Pode haver coisa no mundo
Mais branca, mais bonitinha
Do que a tua barriguinha
Crivada de mamiquinha?



Pode haver coisa no mundo
Mais travessa, mais tontinha
Que esse amor de cachorrinha
Quando vem fazer festinha
Remexendo a traseirinha?

A canção dos tamanquinhos
Cecília Meireles
Troc...troc...troc...troc...
ligeirinhos, ligeirinhos,
Troc...troc...troc...troc...
Vão cantando os tamanquinhos.

Madrugada. Troc...troc...
pelas portas dos vizinhos
vão batendo, troc...troc...
vão cantando os tamanquinhos.

Chove. Troc...troc...troc...
no silêncio dos teus sonhos
alagados, troc...troc...
vão cantando os tamanquinhos...

E até mesmo, troc...troc...
os que têm sedas e arninhos,
sonham, troc...troc...troc...
com seu par de tamanquinhos.

A casa
Vinícius de Moraes
Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela não
Porque na casa
Não tinha chão
Ninguém podia
Dormir na rede
Porque na casa
Não tinha parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque penico
Não tinha ali
Mas era feita
Com muito esmero
Na Rua dos Bobos
Número Zero.

A corujinha
Vinícius de Moraes e Toquinho
Corujinha, corujinha,
Que peninha de você.
Fica toda encolhidinha
Sempre olhando não sei quê.
O seu canto de repente
Faz a gente estremecer.
Corujinha, pobrezinha,
Todo mundo que te vê
Diz assim, ah, coitadinha,
Que feinha que é você.

Quando a noite vem chegando
Chega o teu amanhecer.
E se o sol vem despontando
Vais voando te esconder.

Hoje em dia andas vaidosa,
Orgulhosa como o quê.
Toda noite tua carinha
Aparece na TV.

Corujinha, corujinha,
Que feinha que é você.

A festa da lagoa
Rosy Beltrão
O sapo serelepe,
tá de olho na jia
que só quer saber de folia.
Lá na lagoa a coaxar
chamou a salamandra
para uma festança.
Tinha mosquito à vontade
bezourinhos assados, sob a luz do luar
E o som da música começa a tocar
Pulam de cá para lá,
um língua compriiiiiiida....
Fofoca daqui, fofoca de lá
E a conversa rola...
A perereca,
que é uma sapeca,
não para de coaxar.
Canta alto
pro sapo escutar.
Ele fica encantado
e vai inchando igual balão

O que???
vai lamber sabão?
Não faz isso não!
Ihhhh!!!
Já começou a xingação.

Ta vendo?
Sabia que não ia dar certo.
Também,
Com tanta gente por perto!

Acabou-se a festança
Ninguém mais dança.
Tinha lixo no pedaço
E acabou em estardalhaço.

A lagoa tem a água parada
E não pode suja ficar
Você sabia, que não podia
Lá, o lixo jogar ?

Senão, os bichos
que vivem lá,
não vão mais
ter onde morar?

A formiguinha
Angela Bretas
A formiguinha coitadinha
cansada de trabalhar
carregava sua folhinha
só pensava em descansar...

Ao chegar no formigueiro
encontrou um tremendo bafafá
suas irmãzinhas temiam o traiçoeiro
tamanduá...

A formiguinha correu ligeiro
e a folhinha carregou
achou um novo formigueiro
onde a depositou...

Era um formigueiro protegido
perto de um rio corrente
o tamanduá temido
ali não seria valente...

Penou o dia inteiro
e resolveu descansar
com um doce açucareiro
pôs-se a sonhar!

Sua vida trabalhosa
era dura e azêda
sonhava com os doces da roça
na casa da Dona Lêda...

Lá entre potes de goiabada
viveu anos esquecida
até ser expulsa, coitada,
culpa do inseticida !

Lambuzou-se com o mel
de sonhos açucarados
acordou e olhou ao léu
lembrando do pesado...

Lá se foi a formiguinha
para mais uma batalha
mesmo pequenininha
diariamente trabalha...

Sua vida é assim
e esperta ela olha
procurando entre capins
encontrar suas folhas...

Quando chegar o frio
Ela terá sua comida
e perto do leito rio
estará protegida...

A forminguinha sabe que o inverno
não custa a tardar
e de seu trabalho eterno
irá se beneficiar!

A galinha d´angola
Vinícius de Moraes
Coitada
Da galinha
D'Angola

Não anda
Regulando
Da bola

Não pára
De comer
A matraca

E vive
A reclamar
Que está fraca:
"Tou fraca!
Tou fraca!"

A Joaninha
Elias José
A Joaninha
com suas pretas pintinhas
e seu corpo de brasa acesa
é uma graça, uma beleza.
É a coisa mais fofinha
de toda a natureza.

Sabendo de sua beleza,
a Joaninha se olha no espelho
cheia de vaidade
e ajeita bem as pintinhas
como se fosse à cidade.

A Joaninha
tá gordinha,
mas dá gosto de ver,
dia e noite,
noite e dia,
não pára de comer.

A Joaninha
só tem grande medo
quando vê um passarinho.
Pra se salvar, a Joaninha
também tem o seu segredo:
solta logo um cheirinho
que tonteia o passarinho.

A língua do Nhem
Cecília Meireles
Havia uma velhinha
que vivia aborrecida
pois dava a sua vida
para falar com alguém,

E estava sempre em casa
a boa da velhinha
resmungando sozinha:

nhem-nhem-nhem
nhem-nhem-nhem...

O gato que dormia
no canto da cozinha
escutando a velhinha,
principiou também

a miar nessa língua
e se ela resmungava,
o gatinho a acompanhava:

nhem-nhem-nhem
nhem-nhem-nhem...

Depois veio o cachorro
da casa da vizinha,
pato, cabra e galinha,
de cá, de lá, de além,

e todos aprenderam
a falar noite e dia
naquela melodia

nhem-nhem-nhem
nhem-nhem-nhem...

De modo que a velhinha
que muito padecia
por não ter companhia
nem falar com ninguém,

ficou toda contente,
pois mal a boca abria
tudo lhe respondia:

nhem-nhem-nhem
nhem-nhem-nhem...

A mãe leoa
Rosy Beltrão
Ela é valente
Enfrenta todo mundo
Mesmo seu marido, o leão,
até ele, de vez em quando ... leva um carão!

Ela é caçadora ardilosa
Não deixa presa fugir
Nem mesmo dos seus olhos sair.
Rápida e astuta
Ela é mesmo "batuta"

Se os filhotes põem-se a brincar
Fica a todo instante a os observar
Porque mesmo sendo leoa,
E temida por todos os outros bichos...
Pode um "espertinho" os pegar...

A menina bailarina
Que menina doce
esta que dançava
como bailarina
pelo trigal roseado

Que menina doce
esta que dançava
sob o céu violeta
sob nuvens de filó

Sua dança sacudia
seu vestido lilás
de franjas de renda
bordado pela avó

Sua dança sacudia
os ramos de trigo
que voavam pelo vento
como bailarinas

O vestido da bailarina
era de algodão
A menina era doce
O céu era de algodão-doce

O céu não era mais violeta
As nuvens não eram mais de filó
A menina não era mais bailarina
Já não havia trigal

Mas o vestido
ainda era de algodão
bordado pela avó
que havia acordado a menina.
Vitor Junior

A pátria
Olavo Bilac
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! Não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera,
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! Jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
Quem com seu suor a fecunda e umedece
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
Criança! não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!
A porta
Vinícius de Moraes
Eu sou feita de madeira
Madeira, matéria morta
Mas não há coisa no mundo
Mais viva do que uma porta.

Eu abro devagarinho
Pra passar o menininho
Eu abro bem com cuidado
Pra passar o namorado
Eu abro bem prazenteira
Pra passar a cozinheira
Eu abro de supetão
Pra passar o capitão.

Só não abro pra essa gente
Que diz (a mim bem me importa...)
Que se uma pessoa é burra
É burra como uma porta.

Eu sou muito inteligente!

Eu fecho a frente da casa
Fecho a frente do quartel
Fecho tudo nesse mundo
Só vivo aberta no céu!

A tempestade
Henriqueta Lisboa
Menino, vem para dentro,
olha a chuva lá na serra,
olha como vem o vento!

Ah! como a chuva é bonita
e como o vento é valente!

Não sejas doido, menino,
esse vento te carrega,
essa chuva te derrete!

Eu não sou feito de açúcar
para derreter na chuva.
Eu tenho força nas pernas
para lutar contra o vento!

E enquanto o vento soprava
e enquanto a chuva caía,
que nem um pinto molhado,...
teimoso como ele só:

Gosto da chuva com vento,
gosto de vento com chuva!

Agenda da felicidade
Anônimo
O SORRISO...
é o cartão de visita das pessoas saudáveis.
Distribua-o gentilmente.

O DIÁLOGO...
é a ponte que liga as duas margens, do eu à do tu.
Transmite-o bastante.

O AMOR...
é a melhor música na partitura da vida.
Sem ele, voce será um eterno desafinado.

A BONDADE...
é a flor mais atraente do jardim de um coração bem cultivado.
Plante estas flores.

A ALEGRIA...
é o perfume gratificante, fruto do dever cumprido.
Esbanje-o, o mundo precisa dele.

A PAZ DA CONSCIÊNCIA...
é o melhor travesseiro para o sono da tranquilidade.
Viva em paz consigo mesmo.

A FÉ...
é a bússola certa para os navios errantes, incertos, buscando as praias da eternidade.
Utilize-a.

A ESPERANÇA...
é o vento bom enfunando as velas do nosso barco.
Chame-o para dentro do seu cotidiano.


Amor de mãe
Neusa C.Novaes
Mãe, é você que está sempre presente em meus pensamentos;

Você, que faz parte constante de minha existência;

Você, que com seu amor, sempre me fez sentir importante.

Segurando minha mão, quando tanto precisava de alguém.

Afagando meus cabelos, quando estava doente,

Sempre tendo uma palavra de amor e carinho,

Sempre me fazendo lembrar,

o quanto é importante amar e respeitar o próximo.

Mãe, você é a palavra doce que aprendi falar

quando ainda pequena e que nunca esqueci.

Mãe, voce foi, é e será sempre

a criatura mais importante na minha vida.

Todos os amores passam, mas,

o Amor de Mãe não passa " NUNCA " !

Amor e amizade
William J. Bennett
Perguntei a um sábio,
a diferença que havia entre o amor e amizade,
ele me disse essa verdade...


O Amor é mais sensível,
A Amizade mais segura.

O Amor nos dá asas,
A Amizade o chão.

No Amor há mais carinho,
Na Amizade compreensão.

O Amor é plantado e com carinho cultivado.
A Amizade vem faceira,
e com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande e querida companheira.

Mas quando o Amor é sincero ele vem com um grande amigo.
E quando a Amizade é concreta,
ela é cheia de amor e carinho.

Quando se tem um amigo ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem dentro do seu coração.

Amor e amizade
William J. Bennett
Perguntei a um sábio,
a diferença que havia entre o amor e amizade,
ele me disse essa verdade...


O Amor é mais sensível,
A Amizade mais segura.

O Amor nos dá asas,
A Amizade o chão.

No Amor há mais carinho,
Na Amizade compreensão.

O Amor é plantado e com carinho cultivado.
A Amizade vem faceira,
e com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande e querida companheira.

Mas quando o Amor é sincero ele vem com um grande amigo.
E quando a Amizade é concreta,
ela é cheia de amor e carinho.

Quando se tem um amigo ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem dentro do seu coração.

As borboletas
Vinícius de Moraes
Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas

Borboletas brancas
São alegres e francas.

Borboletas azuis
Gostam muito de luz.

As amarelinhas
São tão bonitinhas!

E as pretas, então . . .
Oh, que escuridão!

As formigas
Olavo Bilac
Cautelosas e prudentes,
O caminho atravessando,
As formigas diligentes
Vão andando, vão andando...

Marcham em filas cerradas;
Não se separam; espiam
De um lado e de outro, assustadas,
E das pedras se desviam.

Entre os calhaus vão abrindo
Caminho estreito e seguro,
Aqui, ladeiras subindo,
Acolá, galgando um muro.

Esta carrega a migalha;
Outra, com passo discreto,
Leva um pedaço de palha;
Outra, uma pata de inseto.

Carrega cada formiga
Aquilo que achou na estrada;
E nenhuma se fatiga,
Nenhuma para cansada.

Vede! enquanto negligentes
Estão as cigarras cantando,
Vão as formigas prudentes
Trabalhando e armazenando.

Também quando chega o frio,
E todo o fruto consome,
A formiga, que no estio
Trabalha, não sofre fome...

Recorde-vos todo o dia
Das lições da Natureza:
O trabalho e a economia
São as bases da riqueza.

As garças
Elias José
De repente
num espanto
a gente vê
com encanto
na paisagem
um vulto branco
muito branco
meio miragem.

Chegam de leve
num vôo breve
bem de mansinho
sem avisar.

Desfilam longe
desfilam perto

desfilam em bando
daqui pra lá
de lá pra cá

São garças
ou bailarinas?

As garças
com suas graças
tão vespertinas
vão logo embora.

E o branco agora,
só,
de repente,
fica na gente.

As meninas
Cecília Meireles
Arabela, abria a janela.
Carolina erguia a cortina
E Maria
olhava e sorria: "Bom dia!" Arabela
foi sempre a mais bela.
Carolina,
a mais sábia menina.
E Maria apenas sorria:
"Bom dia!" Pensaremos em cada menina
que vivia naquela janela;
uma que se chamava Arabela,
outra que se chamou Carolina.
Mas a nossa profunda saudade
é Maria, Maria, Maria,
que dizia com voz de amizade:
"Bom dia!"

Beto bate bola
Elias José
Beto bate bola
e rebate
bem.

(...)

Brito bate sola
e faz sela
e faz cinta
e bota.(...)

Bete bate uma foto
fora de foco
do Oto.

(...)

De tanto bate
que bate,
o poeta põe ponto,
bate a porta
e parte


Boneca mulher
Sônia Mello Macêdo
Menina pobre
sem frio e fome;
boneca que quer
ser uma mulher.

Menina sapeca
quer uma boneca
que fale, chore
e que implore!

A menina pobre
agasalha e come,
mas boneca falante
nem por instante!

Como é que pode?
Não é tão pobre.
A amiguinha tem
E ela quer também.

Mamãe explica:
- O que implica
é dinheiro em falta
que nos assalta.

Chega o natal feliz:
Festa de aprendiz!
A pobre menininha
ganha uma bonequinha.

Mas... mexe pra lá
E mexe pra cá...
- Ela não chora,
não fala!

Então implora:
- Bonequinha, és tão linda!
não entendeu ainda?
Quero que fale
e me agrade.



Mamãe explica:
- O que implica
é dinheiro em falta
que nos assalta.

A menina escuta.
Olha a boneca muda.
Começa pensar,
e põe-se a chorar.

Num repente
a boneca doente,
começa a falar
e também a chorar.

Explodiu na mente
da menina exigente,
a bela fantasia
que a extasia.

- Fala filhinha,
implorou a mãezinha.
- Neném quer papar.
A boneca falou e pôs-se a andar.

- Está vendo mamãe?
A menina se expõe
tagarela a falar
com mamãe a escutar:
- Ela fala, anda, canta.

Encanta-me!
Até chora
e implora!
Sabe porque?

Não vê?
Ela quer boneca que saiba andar, falar e chorar.
Mas não posso dar!
O dinheiro está a faltar!

Brincando de casinha
Odete Ronchi Baltazar
Minha casa tem jardim,
minha casa tem quintal,
minha casa tem cozinha,
minha casa tem varal.

Das ervinhas faço chá,
prá dor-de-tudo passar.
Dos legumes faço sopa,
prá ter saúde sem engoradar.

Tudo fica tão gostoso,
quando estou no meu lugar,
que noutro quintal (nem pensar!),
não pretendo morar.


Cantiga de moinho
Iêda Dias da Silva
Canta a fonte
pra a noite embalar.
Gira a roda
pro dia acordar!

Canta a fonte
chuá... chuá...

Gira a roda
roda e gira
gira e roda
sem parar.

Canta a fonte
gira a roda
canta e gira
sem cessar.

Gira a roda
pro dia acordar.
Canta a fonte
pra noite embalar!

Cantiga do vento
Elias José
O vento vem vindo
de longe,
de não sei onde,
vem valsando,
vem brincando,
sem vontade de ventar.

Vem vindo devagar,
devagarinho,
mais viração
que vem em vão,
e vai e volta
e volta e vai.

De repente,
o vento vira rock
e vira invencível serpente.

E voa violento
e vai velhaco,
vozeirão varrendo
várzeas, verduras
e violetas.

E vira violinista,
vibra na vidraça,
vira copo e vira taça,
e zoa e zoa e zoa
— uma zorra!

O vento,
mesmo veloz,
tem tempo de brincadeira,
tem tempo de causar vexame.
E enche a casa de sujeira
e ergue vestido de madame
 

Carona com Noé
Lu Oliveira
Vou lhe contar uma história
Que você não vai acreditar
De um homem muito corajoso
Que queria o mundo salvar

Este homem é Noé
Construtor de uma grande arca
Para se proteger de um dilúvio
Deixou na história a sua marca

Escolheu casais de muitos animais
Sejam grandes, pequenos ou mansos
Girafas, elefantes, cobras
Até voadores como os gansos

Encheu sua arca com bichinhos
Do mais selvagem ao mais pacato
Juntou leão, tatu, onça, raposa
Gato, cachorro, pomba , pato

E a tempestade caiu forte
Muitos dias de chuva sem parar
Todos protegidos na arca
Sem medo de afundar

Um dia passarinho voou
no arco-iris foi passear
O céu todo se iluminou
O sol pôs-se a brilhar

Estavam todos salvos
Protegidos por seu pajé
E até hoje todos admiram
A coragem do nobre Noé...


Casa de avó
Roseana Murray
Casa de avó
é navio pirata
em alto-mar,
estrela cadente
para sempre no ar.

Avó tem um pouco
de fada, um pouco
de árvore encantada.

Quando a avó anda,
o mundo inteiro balança,
e uma onda de amor
varre quem está junto dela.

Dentro da casa da avó,
todos os caminhos vão dar
no país do luar.


Centopéia
Valéria Aparecida Tarelho
A centopéia foi às compras
toda cheia de pompa!

Chegando à boutique
encontrou dona aranha,
uma moça muito chique
mas também cheia de tato.
As duas eram distintas
justamente por este fato:
uma é pobre e esnobe,
só pensa no seu bem-estar;
a outra, embora rica,
é gentil e caridosa.


Para mostrar que podia
e que tinha fino-trato,
a centopéia, afoita,
a tudo consumia:

100 sapatos de salto alto
e uma finíssima estola
para ir a um baile de gala

50 pares de tênis
e uma malha apropriada
para fazer caminhada

100 botas de cano
e uma jaqueta de couro
para as noites de inverno

E assim seguiu pedindo,
crente que estava abafando
E quanto mais comprava,
mais endividada ficava...

Dona aranha comprou apenas
4 pares de luvas,
uma para cada pata,
e se deu por satisfeita,
enquanto que a centopéia,
que comprou tanto calçado,
um para cada ocasião,
ficou contrariada
e com uma inveja danada
porque não tinha mãos.




Coelhinho desastrado
Cissa de Oliveira
O coelhinho fez barulho
quando passou pela janela,
que deixei aberta
prá quando ele chegasse...
ou será que veio pela chaminé?
não... não temos chaminé!

... mamãe disse
que não dá sorte
falar com ele;
na outra Páscoa não vem
acho que fica com medo,
assustado...
vai ver que é porque
é assim desastrado...

Mas se ele não notar,
nem vai saber
que fiquei acordada
esperando por ele;
...agora acendeu a luz!
será igual ao pernalonga?
os pés devem ser sujos,
pois deixam aquelas pegadas...

... e se não voltar mais,
depois vem o Papai Noel!
silenciosamente,
escorrego-me dos lençóis,
atravesso o corredor,
e avisto marcas de passos
do coelhinho desastrado
que agora está na sala...

Papai!
você assustou o coelhinho?
não filhinha
ele estava com pressa,
tá vendo! até esqueceu-se
de fechar a janela!


Coelho Carlito
Valéria Aparecida Tarelho
O coelho Carlito
quer um conselho:
Coloca o chapeú vermelho
ou sua cartola velha,
aquela feita de palha?

Carlito sentia
frio nas orelhas
por causa do orvalho.
Olhou-se no espelho
e decidiu
num piscar de olhos:
Iria vestir um gorro de malha
e um agasalho!

Lá vai Carlito
cantarolando
para o trabalho
com muito orgulho.
No fim da tarde,
irá passear com seu filho
e com a Dona Coelha.

Ah! Como está bonito
o coelho Carlito!




CONVERSA DE TÊNIS


Maria Hilda de J. Alão



Do Bebê


Eu sou um tênis feliz
Calço o pé de um bebê
É a vida que eu sempre quis
Macio e cheiroso, vem ver!

Dos mais crescidos

Ah, sorte tão cruel a minha
Calço os pés de uma turminha
Que joga bola na laminha
Do campinho da escola.


Sinto-me duro de tanto barro
Sujeira de cão e óleo de carro
Ainda sou dos moleques luvas
De luta de box de brincadeira.

Do Bebê

Olhe pra mim! Não fico de molho
Ao passo que você parece repolho
De tão sujo está roxo, ahahaha,
Vai pra máquina de lavar.


Depois num varal será pendurado
Pelos cordões amarrado.
Se lembrarem o recolherão ao fim do dia,
Ou dormirá no sereno com medo de fantasma.

Dos mais crescidos

Oh, Deus! Terei de agüentar o tranco
O sabão em pó e a zoeira do canto
Desta invenção que era pra roupa
Agora vale até pr’um pobre tênis.

Do Bebê

Viu no que deu sua exibição
Quando chegou aqui numa caixa?
Riu do meu tamanho e da coloração,
Eu sou mais eu, não fedo a chulé não.


Lembra que me desafiou?
Anão! Foi assim que gritou
Não sou anão, sou o tamanho certo
Desta criança... opa! O cocô passou por perto!

Dos mais crescidos

Tênis não sabe o seu destino.
Vai parar nos pés de um menino
Que corre, pula muro, a canela esfola,
E ao marcar um gol, isso nos consola.


Não ria de mim, irmão tênis de bebê,
Uns nascem com sorte, outros sem,
Mas saiba que apesar de tudo sou feliz
Mesmo velho e sujo sou o preferido do Luiz.



Crescendo e aprendendo
Berenice Gehlen Adams
Quando eu nasci
Não sabia fazer quase nada...
Mamava, chorava,
Fazia xixi e cocô,
Fazia mãnha, dormia, acordava...
Fui crescendo devagarinho,
E a cada dia
Aprendia um pouquinho...
Aprendi a bater palminhas,
Aprendi a engatinhar,
Aprendi a caminhar,
Aprendi a falar...
Fui crescendo e aprendendo...
Hoje sei fazer muitas coisas:
Sei dançar, sei cantar,
sei falar, sei correr e pular...
Mas sei também
Que ainda tenho
Muito para aprender.
Sei que quanto mais aprendo,
Mais coisas poderei fazer.
E assim vou aprendendo
A conhecer o mundo
Que é cheio de encantos e magia,
Que é cheio de amor, natureza e poesia...


 De salto alto

Sérgio Caparelli
Mariana, de salto alto,
pinta os lábios de vermelho,
põe a bolsa a tiracolo
e se adora no espelho.
Mariana de salto alto
com a pálpebra sombreada
bate a porta, sai para a rua,
toma o rumo da calçada.
Mariana de salto alto
vai andando sozinha
com vontade de comer
um sorvete de casquinha.
o guarda pára o trânsito,
engole o apito, leva um susto
e vê passar Mariana
equilibrando-se a custo.
Do outro lado da rua
o espelho da vitrina
olha bem para Mariana:
- Não és mais uma menina.

DONA BARATINHA

Maria Hilda de J. Alão.



Lá vem a dona baratinha
Vestindo a sua sainha
Enfeitada com sinhaninha,
Na cintura apertadinha.


Vem rebolando garbosa,
Na cabeça uma pétala de rosa
É chapéu que a faz glamorosa,
Ó dona baratinha vaidosa!


Pisa firme com seu sapatinho
De verniz com um saltinho,
De braço dado com o baratinho
Vai dançar um fandanguinho,


No baile do arrasta pé,
Na velha fazenda de café
Que fica lá no sopé
Da montanha em Guaxupé.


E chegou dona baratinha
Formosa e maquiadinha,
À festa animada e lotadinha
De baratões e baratinhas.


E ela se pôs a dançar,
E não queria mais parar,
Pois a intenção era mostrar
A sua técnica de bailar.


Depois de muita pirueta,
Ela já estava um tanto zureta
Apoiada foi por um maneta
Baratão de calça violeta


Que a queda não pôde evitar
E do sapato o salto quebrar,
Dona baratinha se desesperar
Sentar no chão e muito chorar.


Dona Carlota, a coruja
Rosy Beltrão
Ela é séria, compenetrada
Símbolo da sabedoria
À noite ela pia.
No reino dos bichos,
Ela é a conselheira maior
Quem precisa, corre
Que ela solta o nó,
Igual à nossa avó.
Enxerga no escuro,
Tem olhos grandes ,
bem grandes mesmo!
Bico estranho, é para dentro
Orelhas pequenas
E muitas, muitas penas
Dona Carlota
Enxerga bem, mas tem gente que não.
Então, precisa usar um tampão.
Se óculos você precisar,
Não deixe nunca
De usar...você vai,
Com certeza, melhorar...


Dona vassoura
Guiomar de Paiva Brandão


Trabalho o dia todo,
todo dia sem falhar.
Não conheço feriado
nem sei o que é repousar.

Sempre em pé, sempre pronta!
Pensam que eu sou de aço?
Sei que sou uma vassoura
mas durmo em pé de cansaço!

Se a visita é bem chata
e com a hora não se importa
me viram de cabeça pra baixo
e fico tonta atrás da porta.

Minha maior inimiga
é aquela sujeirinha teimosa
que gruda no chão feito cola
e comigo se faz de gostosa.

As praias são tão grandes,
morro de tanto trabalhar.
Se todos sujassem menos,
menos tinha pra limpar.

Quanto mais velho fico
bem mais eu quero ficar,
pois só depois de bem velha
me deixam em paz pra brincar.


Em cada coisa, um encanto...
Berenice Gehlen Adams
O mundo é cheio de coisas.
É coisa que não acaba mais, ou será que acaba?

Tem de tudo um pouco...
Tem coisas que estão dentro:
Peixe dentro da água,
Tartaruga dentro do casco,
Semente dentro da fruta...

Tem coisas que estão fora:
Coelho fora da toca,
Menino fora da casa,
Chuva fora da nuvem...

Tem coisas que estão em cima:
Vaso em cima da mesa,
Telhado em cima da casa,
Boneca em cima da cama...

Tem coisas que estão embaixo:
Chinelo embaixo da cama,
Tapete embaixo da mesa,
Minhoca embaixo da terra...

Tem coisas que são grandes:
O edifício, o parque, a cidade,
O elefante, o hipopótamo, a montanha...

Tem coisas que são pequenas:
O fósforo, a borracha, o prego.
A formiga, a agulha, o grão de areia...

Tem coisas que são novas,
Tem coisas que são velhas...
Tem coisas que são secas,

Tem coisas que são molhadas...

O mundo é cheio de coisas,
De coisas diferentes,
E dentro de cada coisa
Existe um segredo,

Existe um encanto,
Que a gente vai descobrindo
Brincando, cantando e estudando...

Eu queria ser ...
Anônimo
VIDA, para fazer nascer os que estão morrendo.

SOL, para fazer brilhar os que não possuem lua.

LUZ, para iluminar os que vivem na escuridão.

CHUVA, para correr toda a terra e molhar os campos devastados e secos.

LÁGRIMA, para fazer chorar os corações insensíveis.

VOZ, para fazer falar os que sempre se ocultaram.

CANTO, para alegrar os vivem na tristeza.

LUAR, para brilhar na noite dos amores incompreendidos.

FLOR, para enfeitar os jardins no outono.

SILÊNCIO, para fazer calar as vozes que atordoam o coração do homem.

SINOS, para repicar nos Natais dos que possuem recordação amarga.

DOR, para amargar no peito dos infiéis.

GRITO, para gritar a dor dos que sofrem no silêncio.

OLHOS, para fazer enxergar os cegos de Verdade.

FORÇA, para fugir dos que a utilizam para o mal.

SORRISO, para encantar os lábios dos amargurados.

SONHO, para colorir o sono dos realistas petrificados.

VEÍCULO, para trazer de volta os que partiram deixando saudades.

AMANHECER, para fazer um dia a mais de felicidade sobre a Terra.

NOITE, para acalentar os que lutam durante o dia.

AMOR, para unir as pessoas e lhes dizer que sou apenas uma delas !!!

Folhas da amizade
Anônimo
Existem pessoas em nossas vidas que nos deixam felizes pelo simples
fato de terem cruzado o nosso caminho.
Algumas percorrem ao nosso lado, vendo muitas luas
passarem, mas outras vemos apenas entre um passo e
outro. A todas elas chamamos de amigo.
Há muitos tipos de amigos.
Talvez cada folha de uma árvore caracterize um deles.
O primeiro que nasce do broto é o amigo pai e o
amigo mãe. Mostram o que é ter vida.
Depois vem o amigo irmão, com quem dividimos o nosso
espaço para que ele floresça como nós.
Passamos a conhecer toda a família de folhas, a qual
respeitamos e desejamos o bem.
Mas o destino nos apresenta outros amigos, os quais
não sabíamos que iam cruzar os nossos caminhos. Muitos
desses denominamos amigos do peito, do coração.
São sinceros, verdadeiros; sabem quando não
estamos bem, sabem o que nos faz feliz...
As vezes, um desses amigos do peito estala o nosso
coração e então é chamado de amigo namorado. Este dá
brilho aos nossos olhos, música aos nossos lábios,
pulos aos nossos pés.
Mas também há aqueles amigos por um tempo, talvez
umas férias ou mesmo um dia ou uma hora. Estes
costumam colocar muitos sorrisos na nossa face,
durante o tempo que estamos por perto.
Falando em perto, não podemos esquecer dos amigos
distantes. Aqueles que ficam nas pontas dos galhos,
mas que quando o vento sopra, sempre aparecem
novamente entre uma folha e outra.
O tempo passa, o verão se vai, o outono se aproxima,
e perdem algumas de nossas folhas.
Algumas nascem num outro verão e outras permanecem
por muitas estações. Mas o que nos deixa mais feliz é
que as que caíram continuam por perto, continuam
alimentando a nossa raiz com alegria.
Lembranças de momentos maravilhosos
enquanto cruzavam o nosso caminho.
Desejo a todos vocês, folhas da minha árvore,
Paz, Amor, Saúde, Sucesso, Prosperidade...
Hoje e Sempre...
Simplesmente porque:
"Cada pessoa que passa em nossa
vida é única. Sempre deixa um pouco de si
e leva um pouco de nós.
Há os que levaram muito,
mas não há os que não deixaram nada.
Esta é a maior responsabilidade de nossa vida ...
E é a prova quase evidente de que
duas almas não se encontram por acaso."



Isso sim que é vida boa - Pedro Bandeira

Eu queria ser de circo.
Ai, que vida original!
Trabalhar todas as noites,
Divertindo o pessoal.
Os aplausos da platéia,
toda aquela vibração,
sempre novas gargalhadas,
sempre mais animação!

Eu queria ser de circo,
conhecer os bastidores,
que a platéia nunca vê,
ver de perto os domadores,
dar comida ao chimpanzé,
ver a cama do anão,
ver as focas amestradas,
ver a jaula do leão,
ver a cara do palhaço,
sem pintura e fantasia,
e ver se a mulher barbada
faz a barba todo dia.

Lá no circo, eu imagino,
mal termina a função,
os artistas vão comer,
sem pagar nenhum tostão,
a pipoca que quiserem,
quanto for que os contente,
um montão de algodão-doce,
guaraná e cachorro-quente.

Leilão de jardim
Cecília Meireles
Quem me compra um jardim com flores?
Borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?

Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?

Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?

(Este é o meu leilão.)

Motivo
Cecília Meireles
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia que estarei mudo:
mais nada.



NU ARRAIÁ DA ISCOLA


Maria Hilda de J. Alão.


Vamu lá caipirada
Dançá inté di madrugada,
Hoji é dia di São Juão.
Dia di rastá u pé nu chão

Du arraiá da nossa iscola.
Tudo mundu vem sem sacola
Pruque só vai tê diversão,
Pegá minina pela mão

Pra rodopiá pelu salão,
I namorá nu garpão
Iscundido da diretora
I da isperta professora.

Num pode bebê quentão,
Só cumê doci di mamão,
Pipoca passada nu mé
Toda criança qui vié

Dançá a quadria nu arraiá.
Sem batata doci nóis num vai ficá,
I traqui só vali sortá
U qui vendi u nho Vavá.

Vamu cumê pinhão i cocada
Na barraca tudinha infeitada.
Vixi, mininu, deixi di sê munheca
I compri aquela cueca,

Di frô vermeia qui num sai
Pru nho Totico, seu pai.
Ô levi a butina rangedora
Pru fio da Eleonora.

Tá na hora di pulá a fuguera,
I vem a minina sortera
Ribolandu nu bambulê
Pensano qui dança u cateretê.

Oiando pra fuguera ela pisca:
Num vô mi quemá na faísca
Prifiro u jogu das caderinhas
Qui é bão pra minhas anquinhas.

Balão nu céu tá pruibidu.
Mais u fuguete subindu
Faiz um desenhu di frô:
Procê, Mariquinha, cum amô.



O BAILE DO JACARÉ (Poesia infantil)

Maria Hilda de J. Alão.



Queria a cobra Marizé
Dançar como Salomé
No baile do jacaré
Ao descer a maré.

Mandou fazer um vestido de chita,
Essa cobra exibida,
Igual ao que viu na revista
Desenhado pelo estilista

Um velho pavão vaidoso.
E ficou tão horroroso,
Amarfanhado e volumoso,
O vestido que seria formoso

Se não fosse a fraca visão
Do costureiro corujão.
Marizé rolou pelo chão,
Até disse um palavrão.

Mas de nada adiantou,
Estragado o vestido ficou,
No alagado ela o jogou,
E para longe a maré o levou.

“Marizé, tu não necessitas,
De nenhum vestido de chita
Porque tu és tão bonita
Com essa pele cheia de pintas.”

Foi o que disse o chimpanzé,
Agarrando o cipó com o pé,
Para descer à beira da maré
Onde rolava o baile do jacaré.



O cavalinho branco
Cecília Meireles
À tarde, o cavalinho branco
está muito cansado:

mas há um pedacinho do campo
onde sempre é feriado..

O cavalo sacode a crina
loura e comprida

e nas verdes ervas atira
sua branca vida.

Seu relincho estremece as raízes
e ele ensina aos ventos

a alegria de sentir livres
seus movimentos.

Trabalhou todo o dia, tanto!
Desde a madrugada!

Descansa entre as flores, cavalinho branco,
de crina dourada.

O menino azul
Cecília Meireles
O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.

O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
- de tudo o que aparecer.

O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.

E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.

(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)

O vestido de Laura
Cecília Meirelles
O vestido de Laura
É de três babados,
Todos bordados.

O primeiro, todinho,
Todinho de flores
De muitas cores.

No segundo, apenas
Borboletas voando,
Num fino bando.

O terceiro, estrelas,
Estrelas de renda
-talvez de lenda...

O vestido de Laura
Vamos ver agora,
Sem mais demora!

Que as estrelas passam,
Borboletas, flores
Perdem suas cores.

Se não formos depressa,
Acabou-se o vestido
Todo bordado e florido!



Pessoas são Diferentes - Ruth Rocha

São duas crianças lindas
Mas são muito diferentes!
Uma é toda desdentada,
A outra é cheia de dentes...

Uma anda descabelada,
A outra é cheia de pentes!

Uma delas usa óculos,
E a outra só usa lentes.

Uma gosta de gelados,
A outra gosta de quentes.

Uma tem cabelos longos,
A outra corta eles rentes.

Não queira que sejam iguais,
Aliás, nem mesmo tentes!
São duas crianças lindas,
Mas são muito diferentes!

Sonhar é bom
Anônimo
Tive um sonho
lindo sonho...

Sonho de sorriso,
o mundo era livre.

Não havia ódios,
não havia rancores.

E todos eram bons.
Viviam de amores.

Tudo era beleza.
O mundo era a vida...

Tive um sonho
Lindo sonho...

Sonho de sorriso,
não havia miséria,
não havia pobreza,
era só beleza,
e todas as raças,
e todos os povos,
e todas as cores,
viviam juntos.

Num mesmo chão,
e tudo era lindo,
principalmente,
a terra era livre.

Sem guerras, sem brigas,
tudo era paz,
era calma...
era a felicidade...
e que felicidade!

A vida era bela,
e todos juntos sorriam
de mãos dadas.

Eram uma só familia,
um só pensamento,
não existia lamúrias,
não sofriamos,
nem sentiamos tristezas.

Mas, eu acordei,
e vi, a realidade.

O mundo, ainda era o mesmo.
Que infelicidade...

Uma palmada bem dada
Cecília Meireles
É a menina manhosa
Que não gosta da rosa,

Que não quer a borboleta
Porque é amarela e preta,

Que não quer maçã nem pêra
Porque tem gosto de cera,

Que não toma leite
Porque lhe parece azeite,

Que mingau não toma
Porque é mesmo goma,

Que não almoça nem janta
Porque cansa a garganta,

Que tem medo do gato
E também do rato,

E também do cão
E também do ladrão,

Que não calça meia
Porque dentro tem areia,

Que não toma banho frio
Porque sente arrepio,

Que não quer banho quente
Porque calor sente,

Que a unha não corta
Porque sempre fica torta,

Que não escova os dentes
Porque ficam dormentes,

Que não quer dormir cedo
Porque sente imenso medo;

Que também tarde não dorme
Porque sente um medo enorme,

Que não quer festa nem beijo,
Nem doce nem queijo...

Ó menina levada,
Quer uma palmada?

Uma palmada bem dada
Para quem não quer nada!



Título do Projeto: RECITAL DE POESIAS
E. E. “MENINO JESUS DE PRAGA”

1. APRESENTAÇÃO: A criança traz em si a poesia pura e inexplorada. Ainda pequena se encanta com o movimento e o ritmo das cantigas de ninar e das belas cantigas de roda.
            Basta observar as crianças para sentir a poesia nas brincadeiras. De forma espontânea fazem as marcações, explorando rimas, aliterações e onomatopéias. As brincadeiras de mãos das crianças são rimadas e cadenciadas.
Ao implantar o projeto “Recital de Poesias”, a escola pretende além de aproximar o texto poético dos alunos, contribuir para o desenvolvimento da expressão oral: ritmo, entonação, postura do olhar, gestos, entre outras possibilidades.

2. JUSTIFICATIVA: A escola tem o “Recital de Poesias” como um projeto permanente por considerar importante desenvolver em seus alunos o interesse pela apreciação poética. Além de uma seleção cuidadosa de textos, incluindo os mais renomados autores, a escola procura oferecer tempos e espaços para que a poesia possa ser vivida através de uma proposta lúdica e prazerosa. Esse trabalho considera possível a construção de um ambiente escolar que traga à tona o potencial poético existente em cada criança.
           
3. OBJETIVOS:
GERAL: Despertar a sensibilidade para a emoção, a estética, o ritmo e a harmonia presentes na poesia.
ESPECÍFICOS:
  • Enriquecer e desenvolver a linguagem oral e a leitura.
  • Desenvolver a capacidade de declamar com ritmo, entonação e postura adequadas.
  • Estimular a imaginação e a criatividade.
  • Favorecer a competição saudável visando a elevação da auto-estima positiva da criança.

4. PÚBLICO ALVO: Alunos dos 1º aos 3º anos do Ciclo de Alfabetização e alunos do 4º e 5º anos do Ciclo Complementar.
5. METAS: Incentivar, favorecer e construir um ambiente propício para o encontro da criança com o gênero poético.

6. METODOLOGIA:
No mês que antecede a realização do recital as professoras fazem um trabalho de incentivo em classe estimulando todas as crianças a participarem do projeto. Neste momento orientam e contribuem com o processo de seleção das poesias, observando o ano de escolaridade em que o aluno se encontra. Dentro de classe, após a escolha das poesias, estimulam os alunos a apresentarem suas poesias e orientam sobre o cuidado com a entonação, o ritmo e os gestos.
Há um esmero todo especial da direção em divulgar o projeto e incentivar a participação dos alunos, distribuindo chamadas pela escola e convidando os que desejam, a declamarem no início das aulas. A direção da escola convida os membros da comissão julgadora, orientando-os sobre os critérios que são parâmetros para a avaliação.
Na 1ª etapa, que acontece dentro da classe, a professora regente organiza o espaço para receber a comissão julgadora e produz uma lista com os nomes dos alunos que irão declamar e suas respectivas poesias. A comissão julgadora escolhe entre 3 ou 4 alunos de cada classe.
            A 2ª etapa, que acontece no pátio coberto da escola, é realizada separadamente nos turnos matutino e vespertino. A comissão julgadora após ouvir os semifinalistas, organizados por ano de escolaridade, define os representantes de cada ano - 2º, 3º, 4º e 5º anos. Os alunos dos 1º ano do Ciclo de Alfabetização, escolhidos nesta fase, participam da final declamando seus poemas e recebendo medalhas.
            Na 3ª etapa, que acontece no pátio coberto da escola, com a participação de toda comunidade escolar, é feita a entrega dos diplomas de participação a todos os alunos que se inscreveram no recital. Após esta entrega a comissão julgadora (formada por convidados representantes da SRE, da SME, professores de Língua Portuguesa, entre outros, indicados pela comissão organizadora), devem escolher, através do critério de notas e observando os itens indicados pela escola, os 1º, 2º e 3º lugares para entrega do troféu entre os alunos dos 2º e 3º anos do Ciclo de Alfabetização e, 1º, 2º e 3º lugares para entrega do troféu entre os alunos dos 4º e 5º anos do Ciclo Complementar. A apresentação dos alunos finalistas obedece à ordem alfabética. Em caso de empate a comissão julgadora realiza revisão das notas e decide a classificação. Aos demais alunos classificados para a terceira etapa são entregues medalhas pela participação.

7. RECURSOS:
a. HUMANOS: Direção, equipe pedagógica e professoras regentes de turma.
b. MATERIAIS
De consumo: Papel, cópias de xérox, livros de poesias.
Permanentes: Microfone, som, medalhas, troféus, palco, máquina de xérox.

8. AVALIAÇÃO:
Os instrumentos de avaliação poderão envolver:
  • Auto-avaliação (escrita ou oral),  por parte dos alunos.
  • Avaliação dos profissionais da escola no sentido de replanejar, quando necessário, inserindo novas propostas.
  • Avaliação da comunidade escolar e do colegiado, apresentando aspectos positivos e outros que podem ser melhorados.
  • Avaliação dos jurados, que participam das diferentes etapas do projeto, selecionando os alunos que se destacam na arte de declamar poesias.

9. Critérios a serem observados pela comissão julgadora na avaliação da declamação da poesia em todas as etapas do recital: poema de acordo com a faixa etária, criatividade, expressão e entonação.



AMIGO DA ESCOLA CONTRIBUI COM A PREPARAÇÃO DE ALUNOS PARA A  2ª ETAPA DO RECITAL DE POESIAS.



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